quarta-feira, setembro 29, 2010

Rua do Campo da Bola (antiga Rua do Sol Posto)

Duas imagens captadas em momentos distintos de meados da década de 70, na Rua do Campo da Bola, (antiga Rua Do Sol Posto, se bem que este nome pareça ser mais apropriado do que o actual).
Na fotografia a preto e branco estão D. Júlia Serrenho, D. Ilda, Dina, Paulo Jorge e (???). A cores, em cima, da esquerda para a direita, D. Maria José, D. Carolina, D. Margarida, D. Glória e D. Noémia. Em baixo: Dina, (??) e Miguel Lúcio.
Algumas curiosidades em relação a estas imagens:
Nesta altura as ruas ainda não eram pavimentadas mas sim em terra batida.
A máquina de lavar roupa ainda não era um electrodoméstico comum tal como é hoje, pelo que as senhoras lavavam as roupas nos tanques, como se pode ver em segundo plano (D. Glória, mãe de D. Noémia).
As vizinhas reuniam-se às esquinas para tagarelarem e porem a «escrita em dia».
Na fotografia a cores podem ver-se duas gaiolas: uma mais recente, outra mais antiga, provavelmente feita artesanalmente, como era vulgar nesses tempos.
Perto do muro encontra-se uma «motorizada» (Zundapp Turbina Dunia), que era meio de transporte bastante usado então, pois o automóvel não estava ao alcance da larga maioria da população.

domingo, setembro 26, 2010

Uma partida de Futebol

Em finais da década de 70 início da de 80, a equipa de futebol da Sociedade de Budens no campo de futebol da aldeia antes de uma partida, provavelmente para algum encontro amigável ou torneio (a memória já vai falhando por vezes...).
Por Budens, alinharam em cima da esquerda para a direita: Luís (Sines), Fausto, Toninho, Zé Manuel (Barrigas), Adão, Fernando (?), Zé António e Carlos Alberto. Em baixo, da esquerda para a direita: Quim Zé, Sarraboca, Joaquim do Rio, Henrique Lucas, Cintra e (??).
Em relação às duas fotografias já publicadas de equipas de futebol registe-se a «evolução» do equipamento: em finais de 60 cada um usava um equipamento diferente, poucos anos mais tarde listas verticais verdes e brancas, enquanto nesta imagem as camisas são vermelhas e a fazerem lembrar as do Benfica.

sexta-feira, setembro 24, 2010

Uma vida pública em poucas palavras

Maria Luísa, Senhorinha, Júlio Mesquita, Odete e Maria Quiterinha em pose para a posteridade, em Budens.
Permitam-me que vos fale um pouco de meu pai, Júlio Henrique de Jesus Correia de Mesquita. Nascido em Budens, em 24 de Abril de 1931, aos seis meses de idade foi infectado por polimielite (a poliomielite -paralisia infantil- é uma doença causada por um vírus, que causa paralisia por vezes mortal).
Após terminar o ensino primário rumou a Lisboa com os meus avós, tendo vivido na Rua de São Paulo 12 (ao Cais do Sodré). Na capital terminou os estudos secundários e ingressou no Instituto Industrial de Lisboa, tendo leccionado electricidade e mecânica.
Foi locutor da extinta Emissora Nacional de Radiodifusão (hoje grupo RTP) e após a conclusão do seu Curso trabalhou a nível técnico para a essa empresa, no Centro Emissor Ultramarino, em São Gabriel, Pegões, Canha. Em 1964 e por que eu «vinha a caminho», e também por razões políticas de gravidade, meus pais mudaram-se para Lagos.
Nesse período, meu pai começou a reparar equipamentos eléctricos (rádios e sondas) a bordo de barcos de pesca e mais tarde a fazer projectos de electricidade e instalações eléctricas na zona de Lagos e outras do país.
Ingressou como professor na Escola Industrial e Comercial de Lagos (mais tarde Escola Secundária Gil Eanes), tendo sido Director dos Cursos Industriais e estado durante alguns anos nos Conselhos Directivos dessa Escola (após o 25 de Abril), profissão que exerceu até à sua aposentação após cerca de 35 anos de serviço como funcionário público.
Desde jovem foi empenhado politicamente, no Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD-Juvenil) e mais tarde na LUAR (a Liga de Unidade e Acção Revolucionária foi um movimento político fundado em Paris, em 19 de Junho de 1967, sob a liderança de Palma Inácio, de quem era amigo pessoal  e que faleceu quatro dias antes dele -se bem que eu lhe tivesse ocultado esse facto até à sua partida). Em 1979 foi candidato pelo Algarve à Assembleia da República pela União da Esquerda para a Democracia Socialista (UEDS), com César Oliveira e Dorilo Seruca. Desde essa altura e até à sua morte nunca mais se envolveu em quaisquer actividades políticas e dedicou-se única exclusivamente ao ensino e aos cursos de formação (e à família, obviamente).
Faleceu em 18 de Julho de 2009, no Hospital do Barreiro, vítima de cancro. As suas cinzas repousam no cemitério de Lagos, em campa comum com os restos mortais de minha mãe.
Este foi parte do seu percurso público. Do privado muito mais há a dizer. Ficará para um dia, algum dia, em que a dor da sua partida já esteja mais desvanecida no meu coração.
Carlos Mesquita

quarta-feira, setembro 22, 2010

«Donzelas» no Carnaval de 1950

No Carnaval de 1950, as «donzelas» de Budens, vestidas a rigor, posaram com alegria para a posteridade.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Rega de arroz

«A cultura do arroz terá sido introduzida em Portugal no reinado de D. Dinis, no Baixo Mondego, na zona de Montemor-o-Velho, a partir de semente procedente da região de Sevilha.
No ano de 1947 a cultura ocuparia, ao nível do nosso país, uma área de 26.250 ha, com uma produção de 86.625 toneladas» in Projovem.
No concelho de Vila do Bispo, o arroz foi cultivado em Budens, no Paúl (perto da Boca do Rio).
Nesta fotografia, pode ver-se o equipamento que aí se encontrava e que foi utilizado para a rega do arroz.   

sábado, setembro 18, 2010

Agulhas numa pausa de pão

Na padaria de Budens, que também era local agradável de convívio, o pão era e ainda é cozido a lenha.
Nesta fotografia, as senhoras da vizinhança «davam às agulhas». 
Em pé e à direita está a D.  Leopoldina, ao centro D. Odete e à esquerda D. Rita. 

quinta-feira, setembro 16, 2010

Fios, história, trabalho, sobrevivência

Nesta fotografia captada há muitos anos cá em Budens (não conseguimos determinar quantos...) encontram-se cinco senhoras e um jovem rapaz.
Da direita para a esquerda está Ana Xavier (avó de Odete Cintra), Maria Luísa (esposa de Acildo), Maria Teresa Viegas, Emília Lopes (mãe de Manuel Rosa) e Maria José (cunhada de José Ricardo). O João, filho de Maria Luísa, está sentado na cadeirinha pequena (de verga?), em frente às senhoras.
Neste tempo em que não existiam «prontos a vestir» os agasalhos de grossa lã de ovelha eram feitos pelas senhoras ajudadas pelos seus filhos e... Muitas camisolas, luvas e peúgas aqueceram os pescadores do bacalhau no frio Atlântico Norte.
Redes em terras de pescadores, rendas, fios, duro trabalho e luta pela sobrevivência em dias difíceis são a «linha comum» na história de muitas famílias. Também assim se fez a história deste Algarve, um outro...
Mais informação: http://viladobispo-fotosantigas.blogspot.com/2009/07/las-fiadas.html

terça-feira, setembro 14, 2010

O Parque Natural que não liga aos «indígenas»

«O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV) estende-se por uma faixa estreita do litoral Sudoeste de Portugal, Costa Sudoeste, entre S. Torpes e Burgau, com uma extensão de 110 km, sendo a Área total de cerca de 131 000 ha».
A praia da Boca do Rio, na freguesia de Budens, é uma das muitas que integra o Parque e onde  os seus responsáveis colocaram «placares» de «informação» da biodiversidade aí existente. 
O que está mal, muito mal, é que desde que foi implantado e até hoje, esta informação pública se tenha degradado pela exposição aos elementos naturais sem que os responsáveis do PNSACV o tenham reposto em condições de consulta.
Os «indígenas» da «reserva» do PNSACV já estão habituados a serem descriminados e maltratados por quem o dirige. Mas não custava nada que situações simples como esta fossem resolvidas... A menos que o PNSACV apenas exista para «castigar» as populações e não cumprir com as suas obrigações!

domingo, setembro 12, 2010

O último lobo no concelho da Vila do Bispo

Estas são as imagens do último lobo morto na nossa região e de quem participou nessa «batida».
A «estória» do último lobo que se viu no nosso concelho conta-se assim: 
No Inverno de 1970 apareceram algumas cabeças de gado mortas por um «animal» que logo se identificou como sendo «lobo» (é lobo, é lobo!) [seguir esta ligação para a Wikipédia]. E já não apareciam lobos no Algarve há alguns anos...
Organizaram-se «batidas» ao animal, que acabou por vir a ser abatido na Ponta Ruiva por Carlos Luís Rodrigues (que nos cedeu estas imagens para as partilharmos), de Lagos e por Joaquim Cravinho (que lhe deu o «tiro de misericórdia»), da freguesia de Budens.
Pela raridade do abate fez-se um desfile com o lobo abatido pelo concelho da Vila do Bispo e várias fotografias para a posteridade. Soube-se mais tarde que a fêmea deste animal foi abatida passados dias depois a norte, no concelho de Aljezur.
A pele do «bicho» ficou anos exposta na «venda» do Joaquim Cravinho, em Burgau, localidade da nossa freguesia de Budens, para espanto de muita gente.
Há 40 anos, a consciência ecológica era muito diferente da de hoje e este abate que actualmente se pode considerar como «bárbaro» para muitos era prática comum de então.
Consultas complementares: 

sexta-feira, setembro 10, 2010

Praia da Salema

A Salema (praia da Salema) é uma das localidades da freguesia de Budens.
Outrora com actividade piscatória, a Salema é hoje mais conhecida como estância de veraneio.
Explica-se no blogue «Vila do Bispo Fotos Antigas» (seguir esta ligação) que «É provável que o topónimo Salema tenha a ver com com a saudação entre os árabes "as-salam alaiku = a paz seja contigo" que em português irá dar "salamaleque" e não com o peixe do mesmo nome.
(esta fotografia é da autoria de Dias dos Reis, cujo álbum pode ser acedido na ligação lateral).

quarta-feira, setembro 08, 2010

Budens [...] Subsídios para a sua História

«Conhecer uma terra é, em certa medida, amá-la. Até porque para amar é preciso conhecer. E esta obra poderá ser um óptimo contributo para o conhecimento de uma boa parte daquilo que é hoje o concelho de Vila do Bispo. Mais do que revelar de forma exaustiva uma realidade estamos perante um trabalho que, constituindo um sério inventário  do património humano, cultural e natural de uma região, aguça-nos o apetite para novas descobertas e para a procura e a fruição de uma realidade.
A freguesia de Budens é essencialmente uma zona de transição. O Algarve aqui já é diferente. Sentimos a aproximação do promontório, as árvores começam a rarear, as figueiras são cada vez mais rasteiras e desesperadamente agarradas ao solo. [...].
José de Deus Vieira Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo - Julho de 1993, in Nota Preliminar do livro «Budens Concelho de Vila do Bispo Subsídios para a sua História», da autoria de António Samuel Mirrado Farraia e Maria da Conceição Sousa Farraia.
Editado em Julho de 1993, pela «Algarve em foco Editora», esta obra foi composta e impressa na Empresa Litográfica do Sul, tendo então sido feitos 2.500 exemplares. Encontra-se disponível para venda, no Centro Cultural de Vila do Bispo e, não obstante os anos que passaram desde o seu lançamento, continua a merecer leitura atenta de quem quer conhecer esta terra e, por conseguinte, amá-la.

segunda-feira, setembro 06, 2010

O Forte de São Luís de Almádena, ou da Boca do Rio

São inúmeros os (maus) exemplos de monumentos nacionais deixados ao abandono e degradação pelo Estado Português, que se tem demitido da tarefa da sua manutenção e/ou reconstrução. Entre eles está o Forte de São Luís de Almádena, ou da Boca do Rio, em Budens, Imóvel de interesse público - Documento legal: Dec. nº 735/74 de 21 de Dezembro de 1974.
E o IGESPAR serve para?!?!...

«O Forte de São Luís de Almádena data do ano 1632, do reinado de Filipe III.
Foi mandada construir esta importante fortaleza por D. Luís da Sousa, Conde do Prado, Capitão General do Algarve, então Governador do Reino do Algarve. Muito contribuiu para a sua construção o napolitano ao serviço de Portugal Alexandre Massay por carta régia de 30 de Julho de 1619, não se chegando a sua concretização por este ter adoecido.
No Museu Municipal de Lagos encontra-se uma lápide proveniente desta fortaleza com os seguintes dizeres:
«Reinando Felipe III governando este Reino D. Luís de Sousa, Conde do Prado fez a sua custa esta fortaleza dedicada a S. Luís. Confessor era de 1632».
Dispunha este forte em 1754 de três peças de artilharia activas, duas de bronze de calibre 16, uma de ferro de calibre 6 e uma de ferro inoperante. (C. P. Callixto). Tinha o quartel quatro a seis soldados.
O terramoto de 1 de Novembro de 1755 não causou estragos consideráveis sendo, segundo informações do Pároco de Budens (1758), de apenas 80.000 réis a quantia para a reparação. Tem este forte uma área de 10 250 m².
Desde 1849, altura da retirada dos soldados do Regimento 15, a fortaleza de S. Luís tem estado ao abandono.
Julga-se, embora sem convicção, que este forte esta construído sobre um templo romano e uma mesquita muçulmana.
Tem sofrido alguns pequenos restauros, por parte de Mr Herbert Hoesen da Quinta da Fortaleza».
In António S.M.Farraia /Mª da Conceição S. Farraia – BUDENS - Concelho de Vila do Bispo - Subsídios para a sua História - Algarve em Foco editora - 1993

sábado, setembro 04, 2010

Budens é p'ra 'li...

Em 1960, Carminda, Cândida, Graciete, Ascenção e Benvinda posaram junto à placa indicativa da localidade de Budens. Hoje, constata-se com tristeza que a entrada de muitas localidades (entre as quais Budens) estão muito mal assinaladas.
Em 1960, as saias usavam-se «respeitosamente» abaixo do joelho, os lenços (alguns muito bonitos, recorda-se) protegiam os penteados e os óculos também eram acessório imprescindível.
Budens é p'ra 'li...

quinta-feira, setembro 02, 2010

Largo da Igreja de Budens, 1957


No largo da Igreja de Budens, em 1957, reinava a boa disposição e a elegância. 
Tão largos sorrisos seriam pelo fim de sermão fastidioso do padre?
E a sombra do fotógrafo também foi captada no retrato...
Foto cedida por Maria Odete