terça-feira, agosto 31, 2010

De carroça

Joaquim António Cintra e António Simão, na Rua do Ramal, nas suas carroças.
No passado, era este o meio mais frequente das pessoas se deslocarem e de transportarem o que produziam.
Na carroça da direita podem ver-se alguns sacos cheios (provavelmente de cereais ou outros produtos da terra). Repare-se ainda no «sofisticado» sistema de iluminação, um candeeiro a petróleo (o popular petromax, que nas nossas bandas é vulgarmente chamado «pitrómax»).

sábado, agosto 28, 2010

Banho de 29

Em 29 de Agosto (segundo alguns, 29 de Setembro), era costume as populações do litoral algarvio irem à praia, depois do seu dia de trabalho, acompanhadas pelos seus animais e tomarem um banho que se estendia noite dentro.
A Câmara de Lagos apresenta esta explicação para o Banho de 29: «Há quem diga que, nesse dia, anda o diabo à solta e, por isso, só à noite se pode tomar banho. Há quem ligue o banho nocturno a velhos ritos de fim de Verão, cumpridos com diferentes preceitos noutras paragens da Europa do Sul». 
Com a devida vénia, transcreve-se o seguinte texto retirado do blogue «o Parente da Refóias»:
«A famila cá da serra, nôtres tempos, nã tinha posses p'a ir dar banho ô mar tôd's dias ó todas semanas, c'm' agora muntos fazem. Era preciso comprar uns calçõs de banho, pagar a um carro-de-besta ó, mái tarde, o b'lhete da carrêra e, munto pior, perder um dia de trabalho, numa altura do ano que nã há vagar p'a coisíss'ma nenhuma.
E atão, o qu' é que s' haveram d' alembrar. Nã sê lá quem foi nem q'ondo. O certo é qu' inventaram qu' indo dar banho no vinte nove de Setembro, aquilo valia p'r terem ido os dias tôd's do mês. E desataram a fazer assim, qu' a famila via aquilo c'm' se fosse mái que certo.
Na bésp'ra à nôte, despôs da cêa, pegavam nas sus trôxas - uns cestos, cestas ó canastras de verga, umas bolsas de ratalhos, umas alcofas d' emprêta, uns tachos d' arame, umas panelinhas de ferro e umas plenganitas de barro - chêazinhas dos melhores dec'meres que sabiam fazer e lá abalavam caminho da Praia do Vau [...]».

quinta-feira, agosto 26, 2010

Feira de Budens, 1 de Outubro de 1954

Em 1 de Outubro de 1954, a Feira de Budens estendeu-se até à Estrada Nacional n.º 125.
As feiras, então, eram dos momentos mais ansiados pelas pessoas não só das cidades, como também das vilas e das aldeias mais isoladas. Faziam-se as compras para quase todo o ano, faziam-se negócios de gado e era local de convívio e de distracção.
Nesta fotografia, atente-se no vestuário das pessoas (os homens, eventualmente os mais antigos, usavam chapéu, enquanto os mais novos vestiam de forma mais moderna e garrida).
O autocarro, deveria ser o de Abel Figueiredo Luís e fazia o transporte entre Lagos e Sagres e volta. Os passageiros estavam à janela para a apreciarem a feira, presume-se...
(Foto cedida por Maria Odete Cintra)

terça-feira, agosto 24, 2010

Escola Primária de Budens, 1954

Em 1954, a Escola Primária de Budens estava a ser construída.
Junto às obras, houve tempo para a pose fotográfica. Atente-se nas roupas, calçado e elegância das senhoras. E será que alguém as reconhece?
(foto cedida por Maria Odete Cintra)

domingo, agosto 22, 2010

Rua do Ramal e Joaquim Cintra

Joaquim António Cintra, pai de Maria Odete Cintra, na Rua do Ramal (ainda sem casas e uma artéria mais estreita do que actualmente), conduzindo a sua carroça, provavelmente a caminho da horta.

sexta-feira, agosto 20, 2010

Escola Primária de Budens 1978/79

Em pose para a posteridade, as turmas da Escola Primária de Budens, em finais da década de 70, do século XX.
Em cima, da esquerda  para a direita: Sérgio (Pépé), Pedro (Zé Bomba), Zé, Rui (Viet), Luís (Canilhas), professora (Florinda) e Dora.
Em baixo, da esquerda para a direita: Carlinhos, Dario (Orelha), Xana (já falecido), Dora, Telma, Célia, Carla e Helena.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Rancho Folclórico da Casa do Povo de Budens

O Rancho Folclórico da Casa do Povo de Budens foi fundado no início dos anos 80 do século XX, por Maria Paula Cravinho, com a colaboração de António Luís Lucas (acordeonista) e de Manuel Firmino (do Rancho Folclórico do Marítimo, de Lagos).
Estas fotografias foram captadas cerca de 1980, aquando de uma actuação na Praia da Salema.

sábado, agosto 14, 2010

Budens, em 1841

No livro «Corografia ou Memoria Economica, Estadistica, e Topografica do Reino do Algarve», de João Baptista da Silva Lopes, de 1841, o autor escreveu o seguinte sobre Budens:
«Budens, aldeia maior que as antecedentes, situada em planície um pouco elevada, com boas terras de pão, algumas vinhas e figueiras, mais gado principalmente vacum, que já aqui é mais corpulento. Boa fonte de exceelente água na estrada que segue para Lagos, e que não tem diminuição. O povo da Figueira 1/4 de légua (em 1841 uma légua deveria equivaler a 6.600 metros) a Oeste na mesma estrada faz parte da freguesia; assim como os casais de Vale de Boi 1/4 de légua a Este também na estrada. Muita pedra de cal, de que fazem fornos. Os dízimos da massa grossa andarão arrendados por 850 mil réis, e no ultimo arrendamento por 450, e as miúças (antigos dízimos, que se pagavam à Igreja, em géneros por miúdo) por 105: a fábrica da igreja possui 30 alqueires (14,9 e 15,7 litros, sobretudo no interior e no sul) de trigo em foros. El-rei D. Diniz concedeu licença a João Cordeiro de Lagos para fazer ameias na sua torre de Budens por carta de 22 de Dezembro de 1323. Nesta aldeia só caíram 7 casas pelo terramoto (1 de Novembro de 1755); muitas sofreram ruínas, e a igreja teve algumas rachaduras. Confina com a Raposeira a Oeste, Carrapateira e Bordeira a Norte, Barão de S. Miguel, e Srª da Luz a Este e mar ao Sul».

quinta-feira, agosto 12, 2010

Burgau

Burgau é uma aldeia do concelho de Vila do Bispo e que integra a freguesia de Budens.
Fotografia de Burgauholidays.com

terça-feira, agosto 10, 2010

Clube de Futebol de Budens

No final da década de 70 do século XX, a equipa de Futebol de Budens jogou algumas vezes num terreno alagadiço perto da Praia da Boca do Rio.E o terreno alagava mesmo, muitas vezes, tornando inviável a prática desportiva neste local, embora não no dia em que esta fotografia foi feita.
Registem-se três detalhes:
O primeiro é a aparente dureza do terreno de jogo.
O segundo é o facto de a equipa usar equipamentos iguais entre todos os seus elementos, ao contrário do que acontecia aquando da fotografia que publicámos no passado dia 3 de Agosto relativa ao ano de 1967.
O terceiro é encontrarem-se 16 jogadores equipados (o que significa que havia suplentes que poderiam ser utilizados), enquanto que em 1967 foram apenas 11 os jogadores que posaram para a posteridade.

sábado, agosto 07, 2010

O Parque e os «indígenas»

O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), seus funcionários e demais autoridades são bastante lestos a imporem as suas regras e inúmeras restrições às populações que aqui vivem. Mas, no que toca a proibir ou a impedir o «parque de caravanismo», ilegal, montado na Praia da Boca do Rio  e que faz daquele local que já foi aprazível em sítio a evitar hoje já não são assim tão eficazes... 
Assim sendo, torna-se evidente para os locais que é mais fácil serem eles os «castigados» do que outros que fazem o que querem e lhes apetece em pleno PNSACV.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Júlio Correia de Mesquita

Fotografia de meu avô, Júlio Correia de Mesquita, em 28 de Dezembro de 1934 e de um abutre (milhafre?) abatido por si, em 18 de Outubro de 1934, no sítio do Val d'Oiro.
No seu diário, meu avô escreveu o seguinte, com a sua bela caligrafia: «...abutre abatido por Júlio Correia de Mesquita no sítio dos Arneiros , Val d'Oiro, Figueira, concelho de Vila do Bispo em 18 de Outubro de 1934. Media de envergadura 1,85m - aza (sic) 1,25m. Foi-me oferecido um prémio pela Comissão Venatória Regional do Sul 300$00 escudos. Encontra-se embalsamado em Lisboa no Liceu Passos Manuel para estudo (...) Este prémio dividi pelos meus companheiros de caça, sendo feito com este prémio um jantar em Budens. Esta ave é oriunda da Alemanha".
Meu avô, que foi ferroviário, faleceu em Budens, em 1973, aos 87 anos de idade (eu tinha pouco mais de 9 anos). 
Conheci-o mal, mas recordo a sua voz calma, os seus conselhos que só mais tarde entendi, a sua paixão pela caça (paixão essa que eu, com consciência ecológica não prossegui, para tristeza da família). Os seus restos mortais repousam hoje no nosso jazigo de Budens ao lado dos de minha avó.
CJM
Para mais informação seguir esta ligação: http://viladobispo-fotosantigas.blogspot.com/search/label/Budens

terça-feira, agosto 03, 2010

Clube de Futebol de Budens (1967)

Em Budens, ao longo de muitos anos, existiram equipas de futebol que disputavam renhidas partidas da modalidade. Havia um campo para a prática desse desporto (hoje entregue à bicharada), mas também havia uma equipa (mesmo que o equipamento não fosse igual para todos, como se constata pela fotografia).
Actualmente, já não existe o «campo da bola», nem quem pratique este desporto. Fica a recordação de melhores dias, dos dias em que Budens também se destacava pela prática desportiva.

domingo, agosto 01, 2010

O navio Océan e a «Batalha de Lagos»

Olhando para o mar, da praia da Boca do Rio para os lados da Salema, poucos visitantes saberão que sob aquelas águas, mesmo ali à nossa frente, se encontram os destroços do naufrágio de um navio de guerra francês, o Océan. 
Este foi afundado pela marinha de guerra britânica, em 18 de Agosto de 1759, no decurso de um episódio da Guerra dos 7 Anos, a que se chamou a «Batalha de Lagos». 
Desta batalha e consequente naufrágio resultou um dos mais sérios e duros conflitos diplomáticos entre Portugal e a Inglaterra (ler em baixo a  Carta do Marquês de Pombal ao Ministro dos Negócios Estrangeiros da Inglaterra).
Desde Julho de 2005, existe no local um itinerário montado pelo Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (se bem que o documento da autoria de Francisco Alves que o ilustra já não esteja disponível para consulta no sítio do IGESPAR).
Também se lamenta que nas proximidades do local, na costa, não exista estacionário que assinale este património.
Carta do Marquês de Pombal ao Ministro dos Negócios Estrangeiros da Inglaterra: por causa de terem sido queimados debaixo das nossas fortalezas da costa do Algarve, alguns navios franceses:
[...] Vós não fazieis ainda figura alguma na Europa, quando a nossa Potência era a mais respeitável. A vossa ilha não formava mais do que um ponto na Carta ao mesmo tempo que Portugal a enchia com o seu nome. Nós dominávamos a Ásia, África e América, quando vós domináveis sómente em uma ilha da Europa. A vossa Potência era do número daquelas que não podiam aspirar a mais do que à segunda ordem; e pelos meios que nós vos temos dado, a terdes elevado à primeira. Esta impotência física vos inabilitava para estenderdes os vossos domínios fora da vossa ilha; porque, para fazer conquistas, precisáveis dum grande exército; mas para ter um grande exército é necessário ter meios para lhe pagar, e vós não o tínheis. A moeda de contado vos faltava. Os que calcularam sobre as vossas riquezas, acharam que não tínheis com que sustentar seis regimentos. O mesmo mar, que pode olhar-se como vosso elemento, não vos oferecia maiores vantagens; com muito custo poderíeis apenas equipar vinte navios de guerra. [...]
Fotografia e informação de Portisub - Clube Subaquático de Portimão
Mais informação pode ser lida seguindo esta ligação