Esta é uma fotografia do calão Alcindo Pereira, que conhecemos ainda em actividade na «Arte de Xávega», na Praia da Salema e que hoje se encontra exposto no Museu da Marinha, em Lisboa.
Nesta «arte» tradicional de pesca, os pescadores e os que não eram juntavam-se para a captura do peixe. O «calão» saía da praia, deixando uma corda em terra, afastava-se e navegava até outra zona da praia, onde deixava a outra ponta do cabo. O barco voltava então à praia, onde a rede com o saco era puxado para terra, no esforço conjunto de homens e mulheres. No mar ficava um «bote», no meio da arte, que dava sinal para terra, no controlo da rede com o saco, de modo a que os dois grupos fizessem um esforço igual. O mestre, em terra, dava ordens: «Ala a mão da vante» (o cabo inicialmente em terra) e «ala a mão da panda» (a cabo que chega a terra).
Depois de capturado, o peixe era repartido por todos os que tinham ajudado nesta labuta, embora o melhor e a maior parte ficasse para o dono da arte e do calão. Mas, desta forma, as pessoas que ajudavam também tinham peixe fresco para a sua alimentação.
Hoje, esta «arte» ainda se pratica e pode ser vista na Meia-praia, em Lagos, pela tenacidade e persistência de José Bala (ver seguindo esta ligação e esta, em especial).
(informações de José Ferreira)